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Erika Hilton diz ter sido identificada como homem em visto dos EUA

Deputada brasileira viajaria para os EUA para participar da Brazil Conference, na Universidade de Harvard e no MIT

16/04/2025 às 14h21
Por: Redação VOX
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Foto: Reprodução/Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Foto: Reprodução/Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) cancelou uma viagem oficial aos Estados Unidos após receber um visto com identificação de gênero masculino, o que contraria sua identidade de gênero. A parlamentar participaria de palestras nas universidades de Harvard e no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), na Brazil Conference at Harvard & MIT 2025, marcada para o dia 12 de abril.

A participação de Erika no evento, que abordaria temas como diversidade e democracia, havia sido autorizada pela presidência da Câmara dos Deputados como missão oficial. Em situações como essa, o pedido de visto é feito diretamente pela Casa à embaixada do país a ser visitado.
Segundo a assessoria da deputada, desde o início do processo houve entraves, atribuídos a políticas impostas pelo governo Trump. Em um dos momentos, a equipe de Erika teria sido orientada, por telefone, a solicitar um visto de turista. Após insistência da Câmara, o visto foi concedido, mas com o gênero masculino.

Erika Hilton é uma das duas primeiras parlamentares trans da história da Câmara dos Deputados, ao lado de Duda Salabert (PDT-MG), ambas eleitas em 2022.

A mudança no visto é interpretada como reflexo de políticas discriminatórias implementadas pelo governo Trump, que, em 25 de janeiro, suspendeu a emissão de passaportes com gênero “X”, destinado a pessoas não binárias. O decreto foi assinado apenas cinco dias após a posse do ex-presidente. Desde então, os EUA também retiraram de sites oficiais termos como “gay”, “lésbica”, “transgênero” e “LGBTQ”, além de impor restrições à participação de pessoas trans em diferentes áreas.

Erika já havia obtido, em 2023, um visto oficial com o gênero feminino, respeitando sua autodeterminação. O documento, no entanto, expirou antes do evento deste mês.

A deputada afirmou ter acionado o Itamaraty e prometeu denunciar os Estados Unidos à Organização das Nações Unidas (ONU) por transfobia.
“É muito grave o que os Estados Unidos tem feito com as pessoas trans que vivem naquele país e quem lá ingressa. É uma política higienista e desumana que além de atingir as pessoas trans também desrespeitam a soberania do governo brasileiro em emitir documentos que devem ser respeitados pela comunidade internacional”, afirmou a parlamentar em nota.

“É uma expressão escancarada, perversa, cruel, do que é a transfobia de Estado praticada pelo governo americano. Quando praticada nos Estados Unidos, ainda pede uma resposta das autoridades e do Poder Judiciário americano. Mas quando invade um outro país, pede também uma resposta diplomática, uma resposta do Itamaraty”, acrescentou.

 

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