A China declarou nesta quarta-feira (23) que está “aberta a conversar” com os Estados Unidos sobre as tarifas comerciais impostas durante o governo de Donald Trump. A declaração de Pequim surge após o presidente americano mencionar a possibilidade de um novo acordo com o país asiático, o que pode aliviar a tensão econômica entre as duas maiores potências globais.
Durante sua gestão, Trump impôs tarifas de ao menos 10% a todos os produtos importados, com alíquotas que chegam a 145% para grande parte das mercadorias chinesas. Como resposta, o governo chinês retaliou com tarifas de até 125% sobre produtos norte-americanos.
“A China já disse previamente que em uma guerra comercial e de tarifas não há vencedores”, afirmou o porta-voz da diplomacia de Pequim, Guo Jiakun. Ele reforçou que “a porta para conversar (com os Estados Unidos) está escancarada”.
O presidente Xi Jinping também se pronunciou, afirmando que disputas tarifárias e comerciais “minam os direitos e interesses legítimos de todos os países, prejudicam o sistema multilateral de comércio e impactam a ordem econômica mundial”.
As falas de líderes chineses acontecem após Trump anunciar, na terça-feira (22), uma redução “substancial” das tarifas sobre a China, o que animou os mercados globais. A medida trouxe alívio, especialmente após a fuga de investidores de ativos americanos registrada no início da semana.
Na mesma ocasião, durante um evento na Casa Branca, Trump reconheceu que a tarifa de 145% é “muito elevada” e garantiu que ela “vai cair substancialmente”. Segundo uma fonte presente à cerimônia, o ex-presidente indicou que uma desescalada deve ocorrer em breve.
Além disso, Trump assegurou que não pretende demitir o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, apesar das críticas que tem feito à sua condução da política monetária. “Gostaria de vê-lo um pouco mais ativo” na redução dos juros porque “é o momento perfeito para isso”, afirmou o republicano.
Com essas declarações, os mercados europeus reagiram positivamente nesta quarta-feira: Paris registrava alta de 1,5%, Frankfurt subia 2,4%, Londres 1,2% e Milão 1,1%.