O rendimento médio real da população brasileira alcançou R$ 3.057 em 2024, o maior valor registrado desde o início da série histórica em 2012. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quinta-feira (8) pelo IBGE. O valor inclui rendimentos provenientes de trabalho, aposentadorias, pensões, programas sociais e outras fontes, como aluguel, aplicações financeiras e bolsas.
O resultado superou o recorde anterior, de R$ 2.974, e representa um aumento de 2,9% em relação a 2023 (R$ 2.971) e de 3,3% em comparação com 2019, período anterior à pandemia. Segundo o IBGE, 66,1% da população brasileira possui algum tipo de rendimento em 2024, o que equivale a 143,4 milhões de pessoas — em 2023, o índice era de 64,9%.
O crescimento foi puxado principalmente pelo aumento dos rendimentos do trabalho e pela expansão da população ocupada com renda. “Apesar de programas sociais também contribuírem, o rendimento do trabalho foi determinante para esse avanço”, explicou o analista do IBGE, Gustavo Fontes.
Fonte de rendimentos em 2024:
• Trabalho: 47% da população de 14 anos ou mais — 101,9 milhões de pessoas — tinham rendimento por trabalho. O valor médio bateu recorde: R$ 3.225.
• Aposentadorias e pensões: 13,5% da população com média de R$ 2.520.
• Programas sociais: 9,2% com média de R$ 771.
• Pensão alimentícia, doações e mesada: 2,2% com média de R$ 836.
• Aluguéis e arrendamentos: 1,8% com média de R$ 2.159.
• Outros rendimentos (como seguro-desemprego, aplicações financeiras e bolsas): 1,6% com média de R$ 2.135 — categoria que teve o maior crescimento proporcional, com alta de 12%.
Distribuição regional
A Região Sudeste concentrou quase metade (49,6%) da massa de rendimentos do país, com R$ 217,4 bilhões. O Sul (R$ 77,3 bi) e o Nordeste (R$ 76,9 bi) vieram em seguida. O Centro-Oeste respondeu por R$ 40 bilhões e o Norte, por R$ 26,7 bilhões.
Todas as regiões registraram aumento na massa de rendimento entre 2023 e 2024. Os destaques foram o Sul (11,9%) e o Nordeste (11,1%). Já o Sudeste teve a menor variação, de 2,3%.
Fontes do IBGE explicam que o recorde geral se deve à combinação entre aumento da população ocupada com renda e a recuperação dos salários médios após o impacto da pandemia.