O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), divulgado nesta quinta-feira (8), mostra que 60,6% dos municípios mineiros apresentaram níveis de desenvolvimento moderado ou alto, superando a média nacional, de 52,7%. O levantamento, referente ao ano de 2023, avaliou 852 cidades de Minas Gerais e 5.550 em todo o Brasil, abrangendo 99,96% da população brasileira.
Apesar do avanço, apenas 1,9% das cidades mineiras alcançaram a faixa de alto desenvolvimento. Poços de Caldas lidera o ranking estadual e é o único município de Minas entre os 100 melhores IFDMs do Brasil. O estado também tem 42 municípios entre os 500 mais bem colocados nacionalmente. Uberlândia e Pouso Alegre, junto com Poços de Caldas, seguem entre os dez melhores de Minas desde o início da nova série histórica do índice, em 2013.
A maioria das cidades mineiras figura nas faixas de desenvolvimento moderado (58,7%) ou baixo (39,0%). Quatro municípios apresentaram desempenho crítico: Fronteira dos Vales (0,3722), Santa Helena de Minas (0,3689), Bertópolis (0,3522) e São José das Missões (0,3268).
“É inadmissível que ainda hoje, apesar da melhoria nos últimos anos, a gente tenha um Brasil tão desigual. Através do IFDM conseguimos chamar a atenção para a situação crítica de muitas cidades, que nem sequer tem quantidade razoável de médicos para atender a população, em que a diversidade econômica é tão baixa que sete em cada dez empregos formais são na administração pública. Nossos cálculos indicam que as cidades críticas têm, em média, mais de duas décadas de atraso em relação às mais desenvolvidas do país. É como se parte dos brasileiros ainda estivesse vivendo no século passado”, afirmou o presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano.
Criado em 2008, o IFDM mede o desenvolvimento socioeconômico com base em três indicadores: Emprego & Renda, Saúde e Educação. A pontuação vai de 0 a 1 — quanto mais próxima de 1, maior o grau de desenvolvimento. Os resultados são classificados em quatro níveis: crítico (0 a 0,4), baixo (0,4 a 0,6), moderado (0,6 a 0,8) e alto (0,8 a 1).
Segundo o estudo, 13,2 milhões de mineiros (62,4% da população do estado) vivem em municípios com desenvolvimento moderado, enquanto 4,6 milhões (21,9%) residem em cidades com alto desenvolvimento. Já 3,3 milhões de pessoas (15,6%) ainda estão em municípios com nível baixo, e 28 mil habitantes (0,1%) vivem em localidades classificadas como críticas.
Desde 2013, o estado registrou evolução significativa. A média do IFDM mineiro passou de 0,5059 para 0,6257, um avanço de 23,7%, mantendo-se acima da média nacional de 0,6067. A Educação foi o principal motor desse crescimento, com alta de 40,5%, seguida por Saúde (+19,8%) e Emprego & Renda (+12,8%). Dos 852 municípios avaliados, 838 apresentaram melhora no período.