Error
Publicidade

Mauro Cid confirma trama golpista em interrogatório, mas nega envolvimento

Tenente-coronel também confirma que Bolsonaro leu e editou plano para prender Alexandre de Moraes

09/06/2025 às 15h07 Atualizada em 09/06/2025 às 15h12
Por: Redação VOX
Compartilhe:
Foto: Reprodução/TV Justiça
Foto: Reprodução/TV Justiça

O tenente-coronel Mauro Cid afirmou nesta segunda-feira (9), durante depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), que a acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre uma tentativa de golpe de Estado é verdadeira. Ele declarou que "presenciou grande parte dos fatos, mas não participou deles".

O interrogatório abriu a fase de oitivas dos oito réus apontados como integrantes do "núcleo crucial" da suposta trama golpista. Cid foi o primeiro a depor por ter firmado acordo de delação premiada com a Polícia Federal.

Ao ser questionado pelo relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, o militar garantiu que assinou o acordo por iniciativa própria e negou ter sofrido qualquer tipo de coação. Confirmou ainda os depoimentos prestados anteriormente, sem fazer alterações.

Minuta do golpe e envolvimento de Bolsonaro

Durante o depoimento, Cid confirmou a existência de um documento que previa medidas como a prisão de autoridades do STF e do Congresso Nacional, além da criação de uma comissão eleitoral para organizar novas eleições. Segundo ele, o ex-presidente Jair Bolsonaro teve acesso à minuta, leu o conteúdo e fez alterações no texto.

“Sim, [Bolsonaro] recebeu e leu. Ele enxugou o documento, basicamente retirando as autoridades das prisões. Somente o senhor [ministro Alexandre de Moraes] ficaria como preso. O resto, não”, afirmou o tenente-coronel.

De acordo com Cid, o conteúdo foi apresentado a Bolsonaro em duas ou três reuniões, nas quais também estariam presentes chefes das Forças Armadas. O documento era dividido em três partes: a primeira, com cerca de dez páginas, listava supostas interferências do STF e do TSE no governo e no processo eleitoral; a segunda abordava fundamentos jurídicos como estado de defesa, estado de sítio e a possível prisão de autoridades; e a terceira propunha a criação de um conselho eleitoral para refazer as eleições.

Réu no processo e acusado de agir como porta-voz

Cid foi assessor direto de Bolsonaro na Presidência e, segundo a denúncia da PGR, fazia parte do núcleo político que articulava o golpe. Embora tenha tido participação considerada de menor autonomia, o militar é acusado de transmitir ordens do ex-presidente a outros envolvidos, além de manter contato com investigados e acessar conteúdos obtidos por hackers para questionar a legitimidade do processo eleitoral.

O tenente-coronel responde pelos mesmos crimes atribuídos a Bolsonaro e aos demais réus, entre eles tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa armada.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
Publicidade
Economia
Dólar
R$ 5,50 +0,14%
Euro
R$ 6,32 +0,11%
Peso Argentino
R$ 0,00 +0,00%
Bitcoin
R$ 611,695,90 +0,44%
Ibovespa
138,840,02 pts -0.3%
Publicidade