Após a divulgação de uma reportagem da revista Veja que aponta supostas contradições no depoimento de Mauro Cid ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu, nesta sexta-feira (13), a anulação do acordo de delação premiada firmado pelo tenente-coronel, que foi seu ajudante de ordens.
De acordo com a publicação, Cid teria violado uma determinação do ministro Alexandre de Moraes ao manter comunicações enquanto estava sob medidas restritivas, algo que ele negou durante o depoimento prestado na última segunda-feira (9).
A reportagem divulgada na quinta-feira (12) mostra capturas de tela de mensagens que teriam sido enviadas por Cid a uma pessoa próxima de Bolsonaro, por meio de um perfil nomeado como “Gabriela R”. O conteúdo das conversas indica que o militar teria adotado discursos distintos: um nos bastidores e outro nas declarações à Polícia Federal. Segundo a revista, isso levanta dúvidas sobre a integridade da colaboração do ex-ajudante de ordens.
“Essa delação deve ser anulada. Braga Netto e os demais devem ser libertos imediatamente. E esse processo político disfarçado de ação penal precisa ser interrompido antes que cause danos irreversíveis ao Estado de Direito em nosso país”, escreveu Bolsonaro na rede X (antigo Twitter).
O ex-presidente afirmou ainda que as mensagens “escancaram o que sempre dissemos: a ‘trama golpista’ é uma farsa fabricada em cima de mentiras”. Segundo ele, o processo é uma “caça às bruxas” movida “por vingança”.
A defesa de Mauro Cid, por sua vez, solicitou ao STF que investigue a autenticidade do perfil e do conteúdo divulgado, classificando as imagens como uma “falsidade grotesca”.
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