O rapper e produtor musical Sean “Diddy” Combs teve o pedido de fiança negado pela Justiça dos Estados Unidos, após ser condenado em duas das cinco acusações que enfrentava. A decisão foi tomada durante audiência realizada na noite desta quarta-feira (2), que avaliava a possibilidade de o artista aguardar a sentença em liberdade.
Segundo a emissora CNN, o juiz federal Arun Subramanian negou o pedido de liberdade sob fiança e afirmou que “não vê razão para chegar à conclusão oposta agora”. Ele também mencionou que houve episódios de violência e conduta ilegal mesmo após as buscas realizadas nas propriedades de Combs.
“No julgamento, a defesa admitiu a violência do réu em relacionamentos pessoais, dizendo que ‘aconteceu’ em relação a Cassie Venture e Jane. Isso evidencia um desrespeito ao Estado de Direito e uma propensão à violência”, declarou o magistrado.
A defesa do artista propôs que ele fosse liberado mediante o pagamento de uma fiança no valor de US$ 1 milhão (aproximadamente R$ 5,4 milhões), coassinado por ele, sua mãe, irmã e a mãe de sua filha mais velha. “Ele deve ser liberto em condições apropriadas, deve poder retornar para casa”, alegaram os advogados.
Sean Combs foi condenado por duas acusações de transporte para fins de prostituição, envolvendo Cassandra Ventura (Cassie) e uma mulher identificada apenas como Jane. Ele foi absolvido de outras três acusações: uma de associação criminosa e duas de tráfico sexual.
A pena máxima para cada uma das condenações é de 10 anos de prisão, o que pode levar o rapper a cumprir até 20 anos de reclusão. A data sugerida para a sentença foi marcada pelo juiz para 3 de outubro, às 11h (horário de Brasília), mas ele sinalizou estar disposto a antecipá-la, caso a defesa solicite. O advogado Marc Agnifilo afirmou que a equipe jurídica deseja agilizar o processo o quanto antes.
Julgamento cercado de polêmicas
O julgamento de Sean Combs durou quase dois meses e teve início com os depoimentos das testemunhas. Na quinta-feira (26), acusação e defesa apresentaram os argumentos finais, e o júri passou a deliberar a partir da segunda-feira (30).
Durante o processo, a procuradora-assistente Christy Slavik descreveu Combs como o líder de uma estrutura criminosa. “Ele não aceita ‘não’ como resposta e utilizou poder, violência e o medo para conseguir o que queria”, declarou.
Composto por 12 pessoas, o júri ouviu ao longo de sete semanas relatos sobre o comportamento violento do artista e sobre festas organizadas por ele, nas quais suas parceiras eram obrigadas a manter relações sexuais com profissionais contratados por Combs.
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