O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitou, nesta quinta-feira (3), a ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, que cumpre prisão domiciliar em Buenos Aires. O encontro, autorizado pela Justiça argentina, não constava na agenda oficial do petista, mas já era esperado após sua participação na cúpula do Mercosul, também realizada na capital argentina.
A chegada de Lula foi acompanhada por apoiadores de Cristina, que aplaudiram o líder brasileiro. Nos últimos dias, o local tem sido palco de manifestações kirchneristas em defesa da soltura da ex-presidente.
A visita, no entanto, provocou desconforto em setores do governo brasileiro. Auxiliares do presidente teriam sugerido que o encontro fosse evitado, temendo que a reunião ofuscasse a agenda oficial da presidência temporária do Brasil no Mercosul, especialmente no momento em que Lula busca avançar no acordo comercial com a União Europeia. Também há receio de represálias por parte do presidente argentino, Javier Milei, com quem Lula não realizou agendas bilaterais.
Cristina Kirchner, aliada histórica do PT e de outros partidos de esquerda da América do Sul, foi condenada a seis anos de prisão e à inabilitação política por administração fraudulenta. Ela nega as acusações e afirma ser vítima de perseguição por parte do Judiciário e do governo argentino.
Após a confirmação da condenação, Lula telefonou para Cristina e se manifestou publicamente em apoio. “Falei da importância de que se mantenha firme neste momento difícil. Notei, com satisfação, a maneira serena e determinada com que Cristina encara essa situação adversa e o quanto está determinada a seguir lutando”, escreveu o presidente em suas redes sociais.
Em nota, o PT também prestou solidariedade à ex-presidente, afirmando que Cristina é “a maior vítima de violência política e lawfare da Argentina desde o retorno da democracia ao país, em 1983”, e classificando-a como alvo de “campanha de ódio e perseguição”.
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