O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, entregou ao Palácio do Planalto uma carta com pedido de demissão do cargo. Ele pretende se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos próximos dias para tratar da saída. A informação foi revelada pelo jornal Folha de S. Paulo.
Sob pressão devido aos prejuízos da estatal, ameaças de cortes em massa e risco de ser demitido, Fabiano decidiu deixar o posto antes do fim do mandato, que terminaria em agosto.
Nos bastidores, o dirigente enfrentava um embate com o ministro da Casa Civil, Rui Costa. Um dos focos da disputa seria o plano de fechamento de agências, que poderia provocar a demissão de até 10 mil funcionários. A Casa Civil, por sua vez, nega que Rui Costa tenha proposto qualquer medida de desligamento em massa.
A crise nos Correios se agravou com os resultados financeiros negativos. A estatal acumulou um prejuízo de R$ 2,6 bilhões em 2024. Só no primeiro semestre deste ano, as perdas somaram R$ 1,72 bilhão — crescimento de 115% em relação ao mesmo período de 2023, quando o prejuízo foi de R$ 801 milhões.
Diante da saída de Fabiano, a expectativa é que o comando da empresa seja transferido ao União Brasil, partido que já controla o Ministério das Comunicações, ao qual a estatal está vinculada. A legenda, do senador Davi Alcolumbre (AP), busca ampliar sua presença na estrutura do governo federal.
Em fevereiro, o próprio Fabiano demitiu a então diretora financeira dos Correios, a petista e ex-prefeita de Betim (MG) Maria do Carmo Lara Perpétuo, após o anúncio do prejuízo bilionário.
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