Placas avermelhadas com escamas brancas são o sintoma clássico da psoríase, uma doença crônica e inflamatória da pele que pode desencadear inflamações sistêmicas, afetando 125 milhões de pessoas em todo o mundo, incluindo cerca de 5 milhões no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
A psoríase é uma doença imunomediada, onde o sistema imunológico da pessoa ataca sua própria pele, liberando substâncias inflamatórias pelos linfócitos T, o que acelera a proliferação do tecido e resulta na descamação das feridas. “As lesões podem aparecer em qualquer lugar do corpo, mas são mais comuns nos cotovelos, joelhos e couro cabeludo”, explica o dermatologista Beni Grinblat, do Hospital Israelita Albert Einstein.
Além dos efeitos dermatológicos, a psoríase pode afetar outras partes do corpo. “Um terço dos pacientes apresenta artrite psoriásica, caracterizada por inflamação nas articulações que causa dor e inchaço, podendo levar a quadros deformantes”, destaca Ricardo Romiti, coordenador do Ambulatório de Psoríase do Hospital das Clínicas da USP. A inflamação crônica também aumenta o risco de aterosclerose, infarto e AVC, além de estar associada a fatores de risco como obesidade, hipertensão e diabetes tipo 2.
O impacto emocional da psoríase é significativo. Lesões visíveis podem causar constrangimento e levar a problemas de autoestima, ansiedade e depressão. “Há um grande impacto na qualidade de vida dos pacientes, que muitas vezes enfrentam preconceitos por desconhecimento da doença”, afirma Romiti.
A psoríase é influenciada por fatores genéticos e ambientais, incluindo infecções, estresse, uso de certos medicamentos, frio, tabagismo e consumo excessivo de álcool. O tratamento varia conforme a gravidade. Casos leves podem ser tratados com cremes anti-inflamatórios, hidratação e banho de sol, enquanto casos mais graves podem requerer medicamentos sistêmicos e fototerapia. “A fototerapia utiliza raios ultravioleta para modular o sistema imunológico, ajudando a reduzir a inflamação e secar as lesões”, explica a dermatologista Cláudia Maia, da SBD.
Medicamentos sistêmicos, incluindo imunobiológicos injetáveis, representam uma abordagem moderna no combate à psoríase, modulando o sistema imunológico e bloqueando as vias inflamatórias. “Embora a psoríase não tenha cura, tratamentos podem fazer os sintomas regredirem totalmente, mas é essencial o acompanhamento médico contínuo”, conclui Romiti.
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