A Arena MRV, inaugurada há menos de um ano, tem sido alvo de críticas por parte dos torcedores do Atlético-MG quanto à acústica durante os jogos. Comentários como "o som abafa", "um lado não escuta o outro" e "não pressiona o adversário" são comuns nas redes sociais. O clube, atento às reclamações, já se pronunciou e está em busca de soluções.
O projeto da Arena MRV foi conduzido pelo arquiteto Bernardo Farkasvolgyi, que não foi responsável pela parte acústica. A Racional Engenharia, responsável pela construção, contratou a empresa Sresnewsky, de São Paulo, para cuidar dessa área. A empresa também trabalhou no projeto do Allianz Parque, do Palmeiras. No site da Sresnewsky, há detalhes sobre o trabalho realizado na Arena MRV, focando na redução de reverberação e conforto acústico.
"A condição básica foi permitir a plena ocupação de até 47.465 pessoas com total conforto acústico, com isolamento de som para o exterior e a redução de reverberações dentro do ambiente das plateias, com possibilidade de grandes shows e eventos esportivos com percepção tranquila de vozes e música", explica o site da Sresnewsky.
O professor Marco Antônio de Mendonça Vecci, especialista em acústica e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), foi contratado para realizar um estudo ambiental do ruído externo. Em contato com o ge, ele confirmou sua participação no estudo, mas esclareceu que não esteve envolvido no projeto acústico interno da Arena MRV.
Durante a construção, o engenheiro Pablo Salazar, da Omnitrade, explicou em vídeo o processo da cobertura do estádio. "É um sistema dividido em cinco etapas. A montagem de telha, parecida com a montada em galpões. Posteriormente, instalamos a parte térmica e isolamento acústico. Na sequência, uma estrutura secundária. Depois, uma telha zipada de alumínio, que fará o contorno todo, moldar a Arena conforme o projeto do arquiteto", disse Salazar.
Embora a construção da Arena tenha seguido rigorosamente o projeto, o Atlético-MG acredita que a acústica pode ser melhorada para os dias de jogos.Segundo o GE, o clube contratou o professor Marco Antônio de Mendonça Vecci para realizar um estudo que deve ser concluído ainda este ano.
O Atlético-MG considera duas principais alternativas. A primeira é a instalação de refletores para rebater o som da torcida para o lado oposto, embora a logística seja complexa e haja preocupações com as condições climáticas.
A segunda, mais prática, envolve o uso dos alto-falantes já instalados no estádio para distribuir o som da torcida. Microfones seriam colocados no meio da torcida, levando o som até os alto-falantes. Esta solução tem um custo operacional baixo, já que o estádio possui a estrutura necessária, precisando apenas de um projeto para execução.