Uma criança teve morte intrauterina (dentro da barriga da mãe) na madrugada de sexta-feira (19), em Coronel Fabriciano. A morte é atribuída pela família à falta de "profissionais competentes" na Unidade de Saúde do Floresta e no Hospital Municipal José Maria de Morais.
Segundo relatos da família, que procurou os Canais VOX para a denúncia, a mãe da pequena Jade, J. M. S. P., fez todo o seu pré-natal na Unidade Básica de Saúde do bairro Floresta, em Coronel Fabriciano.
Nesta semana, a gestação teria completado 41 semanas, e a mãe foi orientada a esperar.
Acontece que no dia 18, quinta-feira, a gestante começou a sentir novas dores e voltou ao Hospital José Maria de Morais por volta das 19 horas.
A família relatou que no hospital somente ouviram os batimentos da criança. Não foi feito nenhum exame complementar para verificar a saúde da criança e a mãe foi liberada para ir para casa.
Por volta de meia-noite, já na sexta-feira (19), teria começado a sair mecônio fetal (fezes do bebê), e J. voltou ao Hospital Dr. José Maria Morais. Lá, ela teria sido informada que não havia mais batimentos cardíacos da criança e que ela deveria “esperar até o outro dia, porque não tinha ninguém para fazer ultrassom”, diz a família.
Após ouvirem sobre a espera, a família levou a mãe da pequena Jade para o Hospital Márcio Cunha (HMC), em Ipatinga. No HMC, foi feito o ultrassom e foi confirmada a morte da bebê. A família reforçou, no relato, que no hospital ipatinguense "ela teve o tratamento devido”, que foi “muito bem amparada”, “com muita humanização”.
No HMC, ainda segundo o relato da família, teria sido constatado que a criança deveria ter nascido na semana 38, pois se tratava de um feto PIG (pequeno para a idade gestacional).
O sepultamento da pequena Jade, que não teve a chance de nascer, aconteceu hoje, às 14h, no Cemitério Senhor do Bonfim, em Coronel Fabriciano.
Em meio a isso, a família reclama sobre a falta de “profissionais competentes” na Unidade Básica de Saúde do bairro Floresta e no Hospital Dr. José Maria Morais.
Com a morte de Jade, a família declarou ter “ficado destruída”.
Veja o relato de Samira Martins de Souza e de Rafael Martins Barbosa Vieira, tios de J., mãe de Jade:
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A reportagem dos Canais VOX procurou a Prefeitura de Coronel Fabriciano, que respondeu com a seguinte nota:
“A Prefeitura de Coronel Fabriciano por meio da Secretaria de Governança da Saúde, informa que o caso será encaminhado ao Comitê de Mortalidade Materno Infantil. A reunião está agendada para esta próxima terça-feira, onde o caso será analisado.
O município informa ainda que a situação envolve outras apurações que serão feitas de forma minuciosa, e caso haja erro por parte de algum profissional, serão adotadas as medidas cabíveis.
Por fim, o município se solidariza com a gestante e familiares e reforça que tem buscado a cada dia melhorar o atendimento aos munícipes de forma humanizada”.