A arrecadação do governo federal alcançou um novo recorde em junho, atingindo R$ 208,8 bilhões, conforme dados divulgados pela Receita Federal nesta quinta-feira (25). Esse valor representa a maior arrecadação registrada em um mês de junho desde o início da série histórica, que começou em 1995.
O montante arrecadado em junho de 2024 apresenta um crescimento real de 11% (acima da inflação) em relação ao mesmo período de 2023 e um aumento de 2,7% em comparação com maio deste ano. Além disso, a arrecadação para o primeiro semestre de 2024 também foi a maior da série histórica, totalizando R$ 1,3 trilhão (ajustados pela inflação).
Segundo a Receita Federal, vários fatores contribuíram para o resultado recorde de junho, incluindo:
• Comportamento de variáveis macroeconômicas
• Retorno da tributação de PIS/Cofins sobre os combustíveis
• Tributação dos fundos exclusivos e atualização de bens e direitos no exterior
• Impacto dedutivo na arrecadação devido ao desastre ocorrido no Rio Grande do Sul entre abril e maio deste ano
O governo tem registrado recordes consecutivos na arrecadação desde o início de 2024. De janeiro a junho, cada mês apresentou os maiores valores para os respectivos meses na série histórica iniciada em 1995.
A arrecadação recorde ocorre após a aprovação de uma série de projetos no Congresso em 2023, como:
• Tributação de fundos exclusivos, os "offshores"
• Mudanças na tributação de incentivos (subvenções) concedidos por estados
• Limitação no pagamento de precatórios (decisões judiciais)
O aumento nas receitas acontece em um momento crucial para o governo, que busca cumprir a meta de zerar o déficit fiscal em 2024, equilibrando receitas e despesas. Na segunda-feira (22), a equipe econômica anunciou um congelamento de R$ 15 bilhões no orçamento para cumprir o arcabouço fiscal e a meta de déficit zero. Esse congelamento foi necessário devido ao aumento das despesas.
A estratégia do governo até agora tem sido equilibrar as contas pelo lado das receitas, aumentando a arrecadação. O Ministério da Fazenda planeja um "pente-fino" em benefícios sociais, com a expectativa de economizar R$ 25,9 bilhões. Além disso, novas medidas para aumentar as receitas também estão sendo consideradas.