Na última quarta-feira (31), o Conselho Municipal do Meio Ambiente (Comam) de Belo Horizonte aprovou o pedido da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para cortar 274 árvores. A autorização foi concedida para a construção de um prédio de cinco andares, com dois subsolos, destinado às obras de urbanização do Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC).
A área onde o prédio será construído é uma zona de transição entre os biomas da Mata Atlântica e do Cerrado, caracterizada como Floresta Estacional Semidecidual Montana, em estágio inicial de regeneração. Embora não esteja inserido em Área de Preservação Permanente (APP) ou outras áreas de relevância para conservação, o local é atualmente usado para trabalhos de iniciação científica devido ao fácil acesso urbano.
No terreno de 1.200 m² destinado à construção, foram identificadas 307 árvores. A UFMG solicitou a remoção de 274 delas, preservando 33. Entre as árvores a serem cortadas, estão 15 ipês-amarelos, protegidos por lei estadual, cuja remoção necessita de análise e aprovação específica do Comam.
Para o cálculo de compensação ambiental, foram considerados 252 exemplares, excluindo espécies invasoras, ruderais, mortas ou secas. Conforme a legislação ambiental vigente, a UFMG terá que plantar 1.080 mudas, incluindo 75 de ipê-amarelo. O plantio deve ocorrer na mesma sub-bacia hidrográfica do empreendimento por um período de cinco anos, com reposição das mudas que não vingarem.
O parecer técnico aprovado pelo Comam especifica o destino das árvores suprimidas. O material lenhoso será aproveitado no BH-TEC, utilizado para oficinas de arte e marcenaria, se necessário, na confecção de placas e mobiliário. O material das espécies nativas não protegidas e exóticas será usado para nucleação dentro das áreas de mata nativa e bordas, construção de abrigos de fauna, decomposição e ciclagem de nutrientes, além de delimitação de trilhas ecológicas. Já os ipês-amarelos, considerados "madeira de lei", serão transformados em placas de sinalização e educação ambiental nas trilhas ecológicas do BH-TEC, além de bancos e outros mobiliários.