Pesquisadores da Universidade de Notre Dame desenvolveram um novo teste capaz de identificar o glioblastoma, um câncer cerebral agressivo, em menos de uma hora. Publicado na revista Communications Biology, o estudo revela uma tecnologia que utiliza um biochip equipado com um sensor eletrocinético para detectar biomarcadores específicos.
O biochip, do tamanho de uma esfera de caneta esferográfica, identifica receptores do fator de crescimento epidérmico (EGFRs) em vesículas extracelulares, pequenas nanopartículas liberadas por células. A inovação permite distinguir entre EGFRs ativos e não ativos, aumentando a sensibilidade do diagnóstico.
De acordo com a professora Hsueh-Chia Chang, a tecnologia é projetada para explorar características únicas dessas vesículas, otimizando a precisão do teste. "Nosso sensor é capaz de analisar diretamente amostras de sangue sem necessidade de pré-tratamento, o que o torna mais eficiente do que outras tecnologias existentes", afirma o coautor Satyajyoti Senapati.
O teste requer apenas 100 microlitros de sangue e custa menos de US$ 2 por biochip, tornando-o uma opção econômica para a detecção precoce do glioblastoma. A equipe também está avaliando a possibilidade de aplicar a tecnologia em diagnósticos de câncer pancreático e outras doenças, como condições cardiovasculares e neurológicas.
“Nossa esperança é que, com uma detecção precoce mais acessível, possamos aumentar as chances de sobrevivência para pacientes com glioblastoma”, conclui Chang.