O período de secas, caracterizado pela escassez de chuvas e condições de baixa umidade, tem transformado a paisagem em muitas regiões, aumentando significativamente o risco de queimadas. Em Timóteo, a situação não é diferente. De acordo com o segundo-tenente Luamós Úride, comandante do 7º Pelotão de Bombeiros Militar da cidade, as condições climáticas atuais, com fortes ventos e baixa umidade, têm contribuído para a propagação dos incêndios florestais, especialmente em áreas de Mata Atlântica.
Segundo o tenente Úride, as queimadas que ocorrem na região têm causas predominantemente humanas, seja por práticas agrícolas inadequadas, queima de lixo, limpeza de terrenos ou ações criminosas. Até o momento, o Corpo de Bombeiros de Timóteo já atendeu a mais de 80 incêndios em vegetação, sendo que o pico de ocorrências foi registrado em agosto, com 32 atendimentos. Apesar de o número de incidentes ainda estar abaixo da média histórica anual de 102 ocorrências, o tenente alerta que a seca continua e a luta é para evitar que esse número aumente.
O comandante destacou que o dia mais crítico até agora foi 30 de agosto, quando três focos de incêndio simultâneos foram registrados nos bairros Alvorada, Cachoeira do Vale e Bromélias. Para combater esses incêndios, foi necessário o apoio da Prefeitura Municipal e das unidades do Corpo de Bombeiros de Coronel Fabriciano e Ipatinga.
Em relação às ações preventivas, o Pelotão de Timóteo realizou cerca de 80 vistorias em terrenos da região durante o mês de abril, verificando a presença de lixo ou vegetação que poderiam agravar o risco de incêndios. Em agosto, mais 70 locais foram vistoriados e os resultados foram encaminhados à Prefeitura Municipal para que os proprietários responsáveis sejam notificados, conforme prevê a Lei Municipal nº 3.742, de 2020.
O tenente Luamós Úride também destacou que causar incêndio, expondo a perigo a vida, integridade física ou patrimônio de outrem, é crime previsto no Código Penal, com pena de reclusão de 3 a 6 anos e multa. Provocar incêndio em mato ou floresta é outro crime previsto na Lei de Crimes Ambientais, com pena de reclusão de 2 a 4 anos e multa.
Por fim, o tenente ressaltou a importância do apoio da Prefeitura Municipal no combate às queimadas e orientou a população a acionar imediatamente o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193 ao avistar o início de um incêndio, antes que ele se espalhe e cause danos maiores.