O Brasil está passando por uma crise hídrica sem precedentes, com 75 cidades em todo o país registrando mais de 100 dias consecutivos sem chuva, afetando diretamente mais de 12 milhões de pessoas. Capitais como Palmas, Cuiabá, Brasília, Goiânia e Belo Horizonte estão entre as mais atingidas, com algumas delas enfrentando um período sem chuvas que já ultrapassa 150 dias.
Cidades em regiões críticas, como Santa Isabel do Rio Negro (Amazonas), Canápolis (Minas Gerais) e Apiacás (Mato Grosso), estão sem chuvas há mais de 10 meses, demonstrando a gravidade da situação. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a seca de 2024 é a mais extensa desde 1950, afetando 24 estados e o Distrito Federal e intensificando os incêndios florestais em todo o país.
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), destaca que a seca atual é a mais extensa da história recente do Brasil. "A seca de 2024 já se revela como a mais severa em termos de extensão", afirma Cunha. O Cemaden utiliza o Índice Integrado de Seca, que leva em conta o déficit de chuvas, a umidade do solo e a secura da vegetação, para monitorar a situação.
A crise hídrica também está afetando a economia. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a bandeira tarifária vermelha nível 2 para setembro, aumentando o custo da eletricidade devido à menor geração de energia hidrelétrica e ao maior uso de termelétricas. Esta é a primeira vez desde agosto de 2021 que a bandeira vermelha é acionada, sublinhando a gravidade da crise atual.
A seca e os incêndios florestais estão interligados, exacerbando o problema e gerando uma combinação perigosa de impactos ambientais e econômicos. A situação continua a evoluir, e medidas urgentes são necessárias para enfrentar os desafios impostos por esta crise hídrica sem precedentes.