Provocar a inércia da Justiça para que ela meça os prós e contras em sua balança, e resguarde com sua espada o direito de todo indivíduo, eis um dos mais antigos ofícios da história.
Mensageiros de dois mundos que se revelam tão distantes: o mundo real e o mundo justo.
Toda causa é uma jornada, uma crônica vivida e por vezes desconsiderada no cotidiano profissional.
O clamor por justiça requer sacrifícios.
Há um senso entre os advogados, ousamos dizer que muito equivocado, de afastar-se emocionalmente da causa que atua.
A essência de interceder em prol de seu cliente não pode ser resumida nessa relação contratual, ao menos é o que pensamos.
A apatia diante a angústia banaliza o sofrimento.
Consagrado no artigo 133 da Constituição da República, o advogado é indispensável à administração da justiça. Dotados de tamanha deferência, temos o poder de transformar as abstrações não vividas pelo julgador em fatos.
Nas escrituras consta que Moisés trouxe ao mundo as leis de Deus. Jesus, por sua vez, fez a defesa de uma adúltera, que pela legislação transcrita por Moisés, seria apedrejada até a morte. Logo antes, já avisava seus pretensos algozes:
“Aquele que fala por si mesmo busca a sua própria glória, mas aquele que busca a glória de quem o enviou, este é verdadeiro; não há nada de falso a seu respeito.”
Quando a luta é pela liberdade, o êxito consagra o advogado que buscou o direito de ir e vir de seu cliente.
Pela saúde, saber do sucesso de uma cirurgia que antes negada, foi garantida pelo Judiciário.
Não importa o conteúdo, o verbo de um advogado ecoa pelas entranhas do mundo. Atravessa gerações, muda vidas. Há causas que podem parecer frias, como o questionamento de um contrato bancário. Mas aplicado o direito, reduzido o valor a ser pago pela pessoa assistida por um advogado, garante melhores condições econômicas para cuidar de sua vida, de seu lar, de seus filhos. O dinheiro, como causa das angústias, inevitavelmente, é seu remédio. Sua importância guarda estreita relação com a tangibilidade do que vem a ser justo nas relações que nos rege.
Oportuno lembrar o que registrou um nobre professor, citando Vitor Hugo “é preciso ser prático, por isso não se pode dispensar o dinheiro. Mas mantenham-se cuidadosos para nunca se esquecerem ‘quem é de quem’".
Dia 11 de agosto... Advogados, neste dia, lembremos de nosso juramento:
"Prometo exercer a advocacia com dignidade e independência, observar a ética, os deveres e prerrogativas profissionais e defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado Democrático, os direitos humanos, a justiça social, a boa aplicação das leis, a rápida administração da justiça e o aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas".
Rodrigo Dias Martins, advogado sócio proprietário do escritório Martins e Moreira Advogados e Consultoria Jurídica, especialista em Direito Público-Tributário e Processo e Técnica Legislativa.