O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reúne nesta terça-feira, 1º de outubro, com representantes do mercado de publicidade para debater a redução das propagandas de sites de apostas esportivas nos meios de comunicação. A reunião ocorre no contexto de uma crescente preocupação sobre o impacto das apostas na sociedade e busca por uma regulamentação mais rigorosa.
“A gente chamou aqui o Conar (Conselho de Autorregulamentação Publicitária) e a Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisã)] para tratar do assunto”, declarou Haddad ao chegar à sede do ministério. “Entendemos que é urgente uma tomada de providências para evitar esse assédio televisivo (das bets) nos meios de comunicação”, completou.
A regulamentação das apostas é uma prioridade para o Ministério da Fazenda, e este encontro é parte de uma série de ações que o governo Lula (PT) está implementando para enfrentar a proliferação de sites de apostas. Além das discussões com o setor publicitário, Haddad está mantendo diálogos com outros ministérios e com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Na próxima quinta-feira, 3 de outubro, o ministro se reunirá com representantes dos ministérios do Desenvolvimento Social, do Esporte e da Saúde para discutir uma possível proibição do uso do Bolsa Família por beneficiários para realizar apostas. O alerta para esta questão foi gerado após uma análise técnica do Banco Central (BC), solicitada pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), que revelou que cerca de cinco milhões de beneficiários utilizaram os valores recebidos do governo para apostar.
A dependência de jogos de azar, reconhecida internacionalmente como uma doença, também preocupa o governo. Para combater esse vício, Haddad propõe limitar as opções de depósito nos sites de apostas. “Estamos discutindo maneiras de restringir os meios de pagamento e proteger as famílias. Vamos conversar com a Febraban sobre isso”, afirmou o ministro.
Recentemente, a partir de janeiro, o governo já proibiu o uso de cartões de crédito para apostas, e novas medidas, como a limitação do valor que pode ser depositado via Pix, estão sendo consideradas para fortalecer o combate ao problema.