Uma falha técnica ocorrida na aeronave presidencial trouxe à tona um debate adormecido no governo brasileiro: a troca do avião utilizado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na noite de terça-feira (1), assessores do presidente relembraram que a sugestão de substituição já havia sido feita no ano passado, mas não avançou na agenda governamental.
Com a situação recente no México, a avaliação dentro do Palácio do Planalto é de que o assunto deve ser reavaliado, especialmente em função da segurança do presidente. No entanto, a cautela predomina. O governo considera que, antes de qualquer discussão sobre a troca, é fundamental investigar as causas da falha.
Atualmente, o A-319 é a aeronave utilizada para viagens de longa distância, como a realizada até a Cidade do México. Comprado em 2004 por US$ 56,7 milhões, o valor atualizado gira em torno de US$ 96,4 milhões. A aquisição se deu após um problema técnico similar com a aeronave do então vice-presidente Marco Maciel, em 1999.
No ano passado, um estudo foi conduzido para avaliar a possibilidade de substituição do avião da Força Aérea Brasileira. De acordo com projeções de auxiliares do governo, uma nova aquisição poderia custar entre US$ 70 milhões e US$ 80 milhões. A decisão de não prosseguir com a troca naquele momento foi motivada pela ação judicial movida por deputados da oposição, que buscavam barrar preventivamente a compra de um novo avião. O juiz Marllon Sousa, da 7ª Vara Federal do Distrito Federal, chegou a estabelecer um prazo de cinco dias para que o governo federal se manifestasse sobre a questão.