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Dó de robô? Estudo mostra que não é preciso muito para sentir

Manipulação emocional de robôs pode desencadear sentimentos de pena em humanos, revela pesquisa da Radbound University.

29/10/2024 às 15h49
Por: Redação
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Foto: Engineered Arts/Divulgação
Foto: Engineered Arts/Divulgação

Pesquisadores da Radbound University, na Holanda, descobriram que os seres humanos podem desenvolver sentimentos de pena em relação a robôs, mesmo sabendo que esses dispositivos não sentem dor. A conclusão faz parte da tese de doutorado de Marieke Wieringa, que será defendida em 5 de novembro. O estudo aponta que a forma como um robô é apresentado e a sua capacidade de simular dor emocional influenciam a maneira como as pessoas reagem a eles, levando a uma maior empatia e a um comportamento mais gentil em situações de interação.

Os testes realizados por Wieringa envolveram participantes que assistiram a vídeos de robôs sendo maltratados ou bem tratados. Durante a pesquisa, os participantes foram solicitados a sacudir os robôs, que reagiam com sons lamentáveis ou permaneciam em silêncio. Os resultados mostraram que os indivíduos estavam menos dispostos a sacudir robôs que demonstravam emoção, preferindo completar tarefas menos agradáveis a maltratar um robô que aparentava sofrimento. A pesquisa sugere que a expressão de emoções, mesmo que simuladas, pode alterar significativamente a interação entre humanos e robôs.

Wieringa destaca a relevância dessa descoberta em um contexto mais amplo, alertando para o potencial uso comercial da manipulação emocional em robôs e chatbots. A cientista cita o exemplo dos Tamagotchis, criaturas virtuais que conseguiram acionar emoções humanas. Ela enfatiza a necessidade de regulamentações que abordem a capacidade de robôs e chatbots de expressar emoções, a fim de proteger os usuários de possíveis manipulações indevidas.

No entanto, a pesquisadora também aponta que a presença de emoções em robôs pode ter vantagens. Robôs terapêuticos, por exemplo, poderiam ajudar os indivíduos a processar emoções de maneira mais eficaz. Apesar das preocupações com a manipulação emocional, muitos participantes da pesquisa indicaram que sentir pena pelo robô era um sinal positivo, reforçando a noção de que comportamentos violentos são inaceitáveis. Essa dinâmica mostra como, apesar de nossa lógica, somos guiados por emoções que podem influenciar nossas ações e decisões.

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