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Espanha: Tempestades e inundações deixam 95 mortos

Equipes de resgate mobilizam quase mil militares após 95 mortes e dezenas de desaparecidos em Valência

31/10/2024 às 11h37 Atualizada em 31/10/2024 às 11h41
Por: Redação
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Foto: Jose Jordan / AFP / Reprodução
Foto: Jose Jordan / AFP / Reprodução

As equipes de resgate espanholas intensificaram as buscas nesta quinta-feira (31) por vítimas das piores inundações registradas no país nos últimos 50 anos, que deixaram ao menos 95 mortos e vários desaparecidos. Quase mil militares foram mobilizados, principalmente na região de Valência, acompanhados de bombeiros, policiais e socorristas, todos empenhados em localizar possíveis sobreviventes e remover os destroços causados pela tempestade.

O último balanço das autoridades confirma 95 mortes, sendo 92 delas na Comunidade Valenciana, a área mais afetada. Duas pessoas perderam a vida na vizinha Castilla-La Mancha, e uma na Andaluzia. O ministro de Política Territorial, Ángel Víctor Torres, alertou que o número de vítimas deve aumentar, uma vez que muitas pessoas ainda estão desaparecidas.

Diante da gravidade da situação, o primeiro-ministro Pedro Sánchez decretou três dias de luto nacional e visitará o centro de coordenação das operações de resgate em Valência nesta quinta-feira. Em um discurso, o líder do governo prometeu que as autoridades não deixarão os afetados sozinhos e pediu que os moradores da região se mantivessem alertas.

A ministra da Defesa, Margarita Robles, informou que as equipes de emergência estão prestes a iniciar a "segunda fase" das operações, que envolve busca e resgate. Ela enfatizou a "grande incógnita" que persiste em relação ao número de pessoas desaparecidas.

Enquanto as buscas prosseguem, milhares de habitantes da Comunidade Valenciana continuam sem energia elétrica, e diversas rodovias permanecem bloqueadas, obstruídas por veículos arrastados pela água, cobertos de lama e escombros. Eliu Sánchez, morador de Sedaví, relatou a experiência aterrorizante que viveu: “Nunca pensei em viver algo assim. Foi uma noite de pesadelo. Vimos um jovem em uma área aberta que foi levado pela correnteza. Ele estava em cima do carro e tentou pular para outro, mas foi arrastado”.

Entre as localidades mais devastadas está Paiporta, na periferia sul de Valência, onde quase 40 pessoas morreram, incluindo uma mãe e seu bebê de três meses, que foram tragicamente arrastados pela correnteza. O presidente regional da Comunidade Valenciana, Carlos Mazón, informou que os serviços de emergência realizaram "200 resgates terrestres e 70 resgates aéreos" com helicópteros ao longo do dia. Apesar das dificuldades, os socorristas conseguiram alcançar todas as áreas afetadas, mesmo após várias localidades terem ficado isoladas.

As inundações foram desencadeadas por um fenômeno meteorológico extremo. De acordo com a agência meteorológica Aemet, entre a noite de terça-feira e a madrugada de quarta-feira, diversas cidades da região receberam mais de 300 litros de água por metro quadrado, com o recorde na pequena localidade de Chiva, onde foram registrados 491 litros, equivalente a um ano de chuvas.

A mídia espanhola descreve a situação como "inundações do século" e questiona a eficácia da resposta das autoridades. A mensagem de alerta do serviço de proteção civil foi enviada na terça-feira às 20h, apesar de a Aemet ter declarado "alerta vermelho" já pela manhã. O fenômeno da "gota fria", que causa chuvas repentinas e intensas, costuma ocorrer na Comunidade Valenciana e na costa mediterrânea durante o outono.

Cientistas alertam que eventos climáticos extremos, como ondas de calor e tempestades violentas, estão se tornando mais frequentes e intensos devido às mudanças climáticas. Jess Neumann, professor de Hidrologia da Universidade de Reading, no Reino Unido, destacou que as inundações repentinas na Espanha representam um lembrete alarmante dos efeitos caóticos das mudanças climáticas.

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