A Justiça decretou, na tarde desta quarta-feira (30), a prisão do presidente da torcida organizada Mancha Alviverde, Jorge Luís, do vice-presidente Felipe Matos dos Santos, conhecido como Fezinho, e de outros quatro integrantes do grupo. A medida é uma resposta à emboscada que resultou em um morto e cerca de 20 feridos entre os torcedores da Máfia Azul na rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, no último domingo (27). Segundo a investigação, Jorge Luís teria planejado a emboscada como uma forma de vingança após ter sido agredido por torcedores do Cruzeiro em 2022.
De acordo com a polícia, o grupo de palmeirenses chegou ao local da emboscada com uma hora e meia de antecedência, preparando-se para atacar os ônibus que transportavam os torcedores da Máfia Azul. A Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade) está à frente das investigações, tendo acesso a imagens de câmeras de segurança da rodovia que ajudaram na identificação dos envolvidos. Além disso, a Drade possui um banco de dados com informações de torcedores das principais organizadas do estado, o que facilitou o trabalho das autoridades.
O ataque deixou o motoboy José Victor Miranda, de 30 anos, gravemente ferido. Ele foi agredido e sofreu queimaduras, e sua morte foi lamentada durante seu velório na terça-feira (29) em Sete Lagoas. Os torcedores do Cruzeiro estavam voltando de um jogo contra o Athletico Paranaense, enquanto o Palmeiras havia jogado contra o Fortaleza em São Paulo. O incidente é considerado um revide a um confronto anterior ocorrido em setembro de 2022, na mesma rodovia, onde Jorge Luís também foi agredido.
A prisão temporária de 30 dias foi solicitada para Felipe Matos, que foi identificado em imagens de um estacionamento em Mairiporã. A defesa de Jorge Luís afirmou que ainda não teve acesso aos autos do processo, enquanto a defesa de Santos não foi localizada para comentar a situação.
Em resposta ao aumento da violência associada à torcida, a Federação Paulista de Futebol (FPF) anunciou a proibição de entrada da Mancha Alviverde nos estádios paulistas. A decisão atende a uma recomendação do Ministério Público do Estado de São Paulo e proíbe a utilização de qualquer indumentária ou objetos que identifiquem os associados da torcida. A FPF informou que irá notificar os órgãos de segurança e o Ministério Público para garantir o cumprimento da determinação, que entra em vigor imediatamente.