A partir desta sexta-feira (1°), a Caixa Econômica Federal implementou novas regras para o financiamento de imóveis, elevando o valor da entrada exigida para os mutuários. Com as mudanças, o percentual de entrada para a aquisição de imóveis no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) passa de 20% para 30% no sistema de amortização constante (SAC) e de 30% para 50% no sistema Price, que possui parcelas fixas.
Essas restrições foram implementadas em resposta a um crescimento significativo na concessão de crédito habitacional, que deve superar o orçamento da Caixa para 2024. Até setembro, a instituição já havia liberado R$ 175 bilhões em crédito imobiliário, representando um aumento de 28,6% em comparação com o mesmo período do ano passado. No entanto, a decisão de restringir o crédito foi motivada pelo maior volume de saques na caderneta de poupança e pela alta demanda nas linhas de crédito da Caixa, especialmente em um cenário de aumento das taxas nos bancos privados.
O limite máximo de avaliação dos imóveis financiados pelo SBPE foi estabelecido em R$ 1,5 milhão em todas as modalidades do sistema. Embora essa mudança não afete as unidades habitacionais financiadas diretamente pela Caixa, que continuarão com as condições atuais, a restrição impactará os novos financiamentos. Vale ressaltar que a Caixa detém 70% do financiamento imobiliário no Brasil e cerca de 48,3% das contratações do SBPE.
As novas regras incluem também a exigência de que os mutuários não possuam outro financiamento habitacional ativo com a Caixa para obter crédito. O banco justifica essas medidas como necessárias para manter o equilíbrio em sua carteira de crédito habitacional e evitar um aumento nas taxas de juros.
Ainda não está claro se essas mudanças serão revertidas em 2025, quando o banco terá um novo orçamento para crédito habitacional, ou se algumas dessas restrições se tornarão permanentes. A instituição está em constante avaliação de medidas para ampliar o atendimento da demanda por financiamentos habitacionais no país, em diálogo com o mercado e o governo para encontrar soluções que possibilitem a expansão do crédito imobiliário.