Três dias após a maior enchente do século na Espanha, que já deixou 205 mortos, moradores de Valência, a terceira maior cidade do país e uma das mais atingidas, pedem ajuda às autoridades. A população enfrenta um cenário devastador, com carros empilhados nas ruas, e enfrenta a falta de alimentos, eletricidade e água. A situação gerou críticas intensas à demora no envio de alertas e no socorro às vítimas.
Nesta sexta-feira (1), o governo espanhol ordenou o envio do Exército para ajudar na limpeza e na distribuição de mantimentos à região mais afetada, no sul de Valência.
O ministro dos Transportes, Óscar Puente, informou que diversas pessoas ficaram presas em seus veículos.
Muitos moradores relatam que tentaram salvar seus carros do temporal, mas foram surpreendidos pelo avanço rápido da água, que arrastou veículos e invadiu garagens.
Os trabalhos de resgate seguem intensos, com milhares de voluntários e soldados mobilizados na busca por sobreviventes e desaparecidos.
Com parte da cidade ainda coberta pela lama e pelos destroços, as autoridades solicitaram que os voluntários evitem acessar as áreas de resgate para não dificultar o trabalho das equipes oficiais.
A enchente foi a mais severa na costa mediterrânea espanhola neste século e está sendo atribuída ao aumento das temperaturas no Mediterrâneo, que, segundo cientistas, intensifica eventos climáticos extremos. Em apenas oito horas, choveu o equivalente ao esperado para o ano todo.
Imagens da cidade mostram cenas impressionantes: ruas transformadas em rios, uma ponte destruída pela correnteza, carros empilhados e presos na lama, e bombeiros resgatando moradores com helicópteros.
A tragédia é comparável às enchentes históricas dos anos 1980, e gerou campanhas de solidariedade na Espanha.
O clube Real Madrid anunciou uma doação de um milhão de euros para ajudar os desabrigados.
Diversas organizações e empresas seguem contribuindo para o socorro à população afetada, enquanto as autoridades seguem monitorando e respondendo aos impactos das tempestades.