Familiares da gestante Sandra Patrícia dos Santos Almeida, de 26 anos, relataram o drama vivenciado ao receberem a notícia da morte intrauterina do bebê nesta segunda-feira (04). Aos 9 meses de gestação, Sandra procurou atendimento hospitalar pois estava se queixando de dores na barriga.
De acordo com relatos dos familiares de Sandra, ela foi levada ao Hospital Municipal José Maria de Moraes em Coronel Fabriciano, por quatro vezes na semana, mas os médicos orientavam a gestante a retornar para casa e só voltar quando sentisse dor forte na barriga.
Acontece que no domingo (03), a gestante começou a sentir novas dores e voltou ao Hospital José Maria de Morais por volta das 19 horas, e desta vez ficou internada.
Segundo Eliane Ramos, cunhada de Sandra, ela ficou como acompanhante e confirmou as várias idas ao hospital, além de denunciar a falta de humanização na forma de comunicar do médico.
Eliane ainda disse que não foram feitos exames de ultrassom e de toque e nem se auscultou (ouviu) o batimento cardíaco do bebê nas primeiras tentativas de atendimento, e que o médico ainda disse para Sandra “pegar o tampão mucoso e jogar no lixo porquê aquilo não interessava pra ele.”
O pai de Sandra, Matozinho Lopes, também se pronunciou. Ele acredita que o bebê morreu por negligência médica. “Eu acho que se eles tivessem cuidado dela aqui, internada, desde o primeiro dia que a gente entrou aqui, talvez ela não teria perdido o bebê.” disse.
Ainda de acordo com o relato dos familiares, o pré-natal de Sandra foi realizado em Esmeraldas - MG, cidade onde ela reside, e não constava nenhum problema gestacional. O pai pediu para que ela viesse para Coronel Fabriciano, pois temia que as chuvas bloqueassem o acesso das vias do município de Esmeraldas.
“Não tem como não ficar chateado. Você luta, você confia que terá um bom resultado e agora vou levar o caixão pra fazer o sepultamento amanhã. Eu falei pro marido dela que se ele não quiser entrar na justiça, que quero todos os papéis por que eu vou procurar um advogado e acionar a justiça.” disse Matozinho.
O bebê, era do sexo masculino e iria se chamar Guilherme . O velório está marcado para terça-feira (05), no Cemitério Municipal Senhor do Bonfim, na Rua Icaraí, número 550, Bairro Belvedere em Coronel Fabriciano, no horário de 13h as 15h.
A reportagem dos Canais VOX procurou a Prefeitura de Coronel Fabriciano, que respondeu com a seguinte nota:
“A Prefeitura de Coronel Fabriciano, por meio da Secretaria de Governança da Saúde esclarece que como a gestante realizou todo o pré-natal na cidade de Ferros/MG, onde reside, será necessária uma apuração mais detalhada do fato ocorrido.
De antemão, o município se solidariza com a gestante e familiares e reafirma seu compromisso e transparência com a população buscando a cada dia garantir atendimento humanizado para os fabricianenses.”