O número de mortes de idosos devido a quedas aumentou 58,88% em dez anos no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. Em 2023, 13.942 óbitos foram registrados contra 8.775 em 2013. Esse aumento reflete os riscos que quedas representam para a saúde da população idosa, frequentemente resultando em traumatismos graves e até fatais. Em 2024, até agosto, mais de 216 mil idosos foram atendidos pelo SUS por esse motivo, totalizando um custo de R$ 321,3 milhões aos cofres públicos.
Especialistas apontam que o envelhecimento natural provoca perda de força muscular, equilíbrio e, em muitos casos, danos cognitivos, fatores que favorecem as quedas. "A perda de massa muscular e equilíbrio é comum e exige atenção redobrada no ambiente onde o idoso vive", explica a geriatra Carolina de Oliveira Lisboa, do Instituto Geriátrico Santa Casa BH.
Para minimizar os riscos em casa, a fisioterapeuta Carolina Schmidt, especialista em geriatria, sugere mudanças simples, como iluminação adequada, fixação de tapetes e instalação de barras de segurança. Além disso, a introdução de dispositivos de apoio, como bengalas ou andadores, pode ser benéfica, mas sempre com a orientação de um fisioterapeuta para evitar o uso inadequado.
O incentivo à prática de exercícios físicos, especialmente para fortalecer os membros inferiores, é outra recomendação para evitar quedas. Movimentos que simulam atividades cotidianas, como sentar e levantar, são essenciais para manter o equilíbrio e a independência dos idosos. Além disso, hábitos saudáveis como alimentação equilibrada e sono adequado são fundamentais para reduzir a ocorrência de quedas.
Quando um idoso já sofreu uma queda, especialistas recomendam atenção especial ao suporte psicológico para tratar o medo de novas quedas. "A psicoterapia pode ajudar o idoso a retomar atividades e a confiança na mobilidade, rompendo o ciclo de isolamento", afirma a geriatra Carolina de Oliveira.