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Os espetáculos da final da Copa do Brasil

Reflexões sobre Atlético x Flamengo: Entre a emoção do jogo e a exibição de intolerância

13/11/2024 às 14h18
Por: Redação
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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Quem não pôde assistir à grande final do clássico da Copa do Brasil/24 entre Flamengo e Atlético, na Arena MRV, em Belo Horizonte perdeu. Perdeu vários espetáculos ao mesmo tempo. 

Primeiro foi o espetáculo da bola rolando, do drible bem feito, da entrega total dos jogadores dos dois times, do sufoco previsto mas sempre doído. O espetáculo do futebol. 

Em seguida, perdeu a energia contagiante da torcida em coro, das famílias com crianças em campo, dos gritos sufocados, dos socos  no ar, dos olhares desesperados e dos sorrisos largos… enfim, perdeu a vibração comum num dia de final entre times tão respeitados nacionalmente. 

Já o terceiro espetáculo e daí por diante  foi um misto de tristeza e decepção.

Ver representantes da torcida derrotada transformando a arena num palco de violência e insanidade. O que está acontecendo? O mundo está ao contrário e ninguém reparou? O futebol, esporte  tão sonhado pelos pais por oferecer aos jovens disciplina, moldar o caráter, ensinar o sentido de vitória e derrota, transformando-se numa vitrine de intolerância, brutalidade, maldade e terror, tornando-se fonte inesgotável e alimento para a formação de pessoas inescrupulosas e desprovidas de senso de respeito a si e ao outro.

O que está acontecendo? O quarto espetáculo e não menos ridículo que o terceiro, foi a falta de empatia, de respeito, de senso de equipe e de sensibilidade por parte do clube anfitrião em manter o hino do time derrotado no último volume, mesmo durante a premiação do time campeão. O que está acontecendo? 

E pra fechar a enxurrada de espetáculos pudemos ver o gigante  dos gigantes, a estrela mais brilhante dos dois times, o ídolo atual de várias gerações se apequenando num discurso ainda velado, totalmente desnecessário para o momento, que só fez transferir  os holofotes do título de campeão do time para ele.

Quanta imaturidade, despreparo emocional e necessidade de autoafirmação. Será que ninguém ensinou para ele que “ sair pela porta da frente, de cabeça erguida” é muito mais bonito e nobre? Que feio! Ao invés de partir para outras conquistas deixando apenas as boas lembranças que marcaram a trajetória no atual clube, deixa a lembrança de uma despedida marcada pela impulsividade e pelo egocentrismo. 

O que está acontecendo? Por onde andas a educação socioemocional  das pessoas? 

As penalidades com certeza virão e é bom que venham, mas e o prejuízo às nossas crianças e jovem que são espectadores dessas barbáries?

É de responsabilidade de quem ? 

Elivete Ribeiro

Pedagoga, educadora parental, autora de ConSerto para a Juventude - os pais no comando -  consultora de pais e instituições de ensino. @eliveteribeiroconsultoria

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