O 13º salário, popularmente conhecido como “gratificação natalina”, é uma conquista dos trabalhadores brasileiros que completa 62 anos em 2024. Instituído pela Lei nº 4.090 durante o governo de João Goulart, em 13 de julho de 1962, o benefício surgiu após greves e protestos em meio à alta inflação da época, como uma forma de amenizar a perda do poder de compra.
Embora enfrentasse resistência inicial de empresários e economistas que temiam impactos negativos na economia, o 13º salário provou ser um alicerce importante, injetando bilhões na economia anualmente. Em 2024, a estimativa é que mais de R$ 320 bilhões sejam movimentados graças ao benefício, fortalecendo tanto as finanças pessoais quanto o comércio no final do ano.
Mila Gaudencio, educadora financeira, explica que enxergar o 13º como um direito, e não como um simples bônus, faz diferença na forma como o trabalhador lida com o dinheiro. “O 13º não é um presente, mas uma compensação pelas semanas adicionais de trabalho ao longo do ano”, afirma. A conscientização sobre esse caráter pode ajudar a gerir melhor o recurso, promovendo decisões financeiras mais responsáveis.
Segundo Mila, a aplicação do 13º deve ser baseada na realidade individual. Para quem tem dívidas, o ideal é usá-lo para quitar ou reduzir parcelas, aliviando o orçamento. Já aqueles com as contas equilibradas podem aproveitar parte do valor para planejar gastos futuros, como impostos e materiais escolares, comuns no início do ano. A educadora também destaca que é saudável reservar uma parte do benefício para algo prazeroso, desde que feito de forma planejada.
O benefício também inspira estratégias entre empreendedores, que não têm direito ao 13º por lei. Nesse caso, a recomendação é separar parte dos lucros da empresa ao longo do ano para criar uma reserva que funcione como um 13º salário pessoal. Embora o processo demande tempo e disciplina, é possível alcançar estabilidade financeira, mesmo para quem está começando.
Por fim, o 13º salário reforça seu papel não apenas como uma vitória trabalhista, mas também como um catalisador econômico e uma oportunidade para promover educação financeira entre os brasileiros, fortalecendo suas finanças pessoais e contribuindo para o crescimento do país.
