Uma pesquisa realizada pelo Sebrae, com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), revelou que a diferença de renda entre um empreendedor branco do sexo masculino e uma empreendedora negra é superior a 60%. Entre 2019 e 2023, o rendimento médio real das mulheres negras cresceu 13,9%, enquanto o dos homens negros foi de 10,3%. No entanto, as empreendedoras negras ainda recebem menos do que todos os outros grupos de empreendedores.
De acordo com Margarete Coelho, diretora de Administração e Finanças do Sebrae, mesmo com o crescimento, as mulheres negras continuam a enfrentar obstáculos mais complexos em comparação aos outros segmentos. A pesquisa destaca que as barreiras culturais e sociais, como o machismo e a dificuldade no acesso a crédito, são ainda mais desafiadoras para as mulheres negras. A taxa de juros para empresas lideradas por mulheres é, em média, quatro pontos percentuais mais alta do que para aquelas comandadas por homens.
O estudo também revelou avanços, mostrando que as mulheres empreendedoras têm ganhado mais espaço no mercado. Entre 2019 e 2023, o rendimento das mulheres à frente de empresas cresceu 5,7%, enquanto o dos homens foi de 4,5%, diminuindo a desigualdade de rendimento entre esses dois grupos de 32% para 30%. No entanto, o Sebrae reforça a necessidade de políticas públicas que reduzam as barreiras e promovam uma competição mais equilibrada entre homens e mulheres.