O Brasil registrou um déficit de US$ 5,9 bilhões nas contas externas em outubro de 2024, segundo o relatório divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (25). O resultado contrasta com o superávit de US$ 451 milhões no mesmo período de 2023.
Nos últimos 12 meses encerrados em outubro, o déficit em transações correntes somou US$ 49,2 bilhões, o equivalente a 2,23% do PIB, marcando um aumento em relação ao déficit de US$ 26,3 bilhões (1,24% do PIB) registrado em outubro de 2023.
A balança comercial brasileira teve superávit de US$ 3,4 bilhões no mês, abaixo dos US$ 8,6 bilhões do mesmo período do ano anterior.
As exportações totalizaram US$ 29,6 bilhões, uma queda de 0,6%, enquanto as importações aumentaram 23,5%, somando US$ 26,2 bilhões.
O déficit em renda primária subiu 24,6%, alcançando US$ 5,8 bilhões. Já as contas de serviços apresentaram déficit de US$ 3,9 bilhões, impulsionado por despesas líquidas em transportes (US$ 1,6 bilhão), telecomunicações, computação e informações (US$ 223 milhões) e viagens internacionais (US$ 737 milhões). A renda secundária registrou superávit de US$ 330 milhões.
Os investimentos diretos no país (IDP) totalizaram US$ 5,7 bilhões em outubro de 2024, um aumento em relação aos US$ 3,1 bilhões no mesmo período do ano anterior. No acumulado de 12 meses, o IDP somou US$ 66 bilhões, o equivalente a 3% do PIB.
Os investimentos em carteira no mercado doméstico registraram ingressos líquidos de US$ 1,7 bilhão, com destaque para US$ 566 milhões em ações e fundos de investimento e US$ 1,1 bilhão em títulos de dívida.
As reservas internacionais totalizaram US$ 366,1 bilhões em outubro, uma redução de US$ 5,9 bilhões em relação a setembro.
As quedas foram influenciadas pelas variações de preço (US$ 4,3 bilhões) e de paridades (US$ 1,8 bilhão), parcialmente compensadas pela receita de juros, que elevou o estoque em US$ 767 milhões.