A Polícia Federal (PF) apresentou um relatório final que aponta a atuação direta do ex-presidente Jair Bolsonaro em um suposto plano criminoso para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva. O documento, divulgado nesta terça-feira (26) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), atribui a Bolsonaro e mais 36 pessoas os crimes de abolição violenta do estado democrático de direito, tentativa de golpe de estado e organização criminosa.
De acordo com a PF, "os elementos de prova obtidos ao longo da investigação demonstram de forma inequívoca que o então presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, planejou, atuou e teve o domínio direto e efetivo dos atos executados pela organização criminosa que visava à concretização de um golpe de estado".
O relatório ressalta que a ação não foi concluída devido a fatores externos à vontade dos envolvidos.
Ainda segundo a PF, desde 2019, o grupo liderado por Bolsonaro teria construído e propagado uma narrativa falsa sobre vulnerabilidades e fraudes no sistema eletrônico de votação.
O objetivo seria preparar o terreno para contestar a derrota nas eleições de 2022 e justificar atos posteriores que visavam desestabilizar a democracia.
O relatório destaca que essa narrativa foi disseminada para criar desconfiança pública, inicialmente como precaução diante de uma eventual derrota e, posteriormente, como base para ações mais graves após a confirmação da vitória de Lula.