Este ano, o Brasil alcançou a marca de 672 mil pacientes em tratamento com cannabis medicinal, um aumento de 56% em relação ao ano passado. O dado, divulgado pela Kaya Mind nesta terça-feira (26), reflete o avanço significativo do setor, que movimentou R$ 853 milhões em 2024 e projeta faturar R$ 1 bilhão em 2025.
Segundo o anuário da Kaya Mind, pacientes em cerca de 80% dos municípios brasileiros utilizam tratamentos à base de cannabis. A CEO da empresa, Maria Eugenia Riscala, destacou que existem mais de 2.180 produtos diferentes no mercado, demonstrando a diversidade de opções terapêuticas disponíveis. "A expansão da cannabis medicinal no Brasil não é apenas numérica, mas também se reflete na aceitação médica e no impacto na vida dos pacientes", afirmou.
O crescimento do setor tem sido impulsionado por avanços na regulamentação, como a recente autorização do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) para o cultivo de cannabis para fins medicinais. Além disso, 413 empresas estrangeiras exportaram produtos para o Brasil este ano, ampliando a oferta e diversificando o mercado.
Apesar do avanço, a importação ainda representa um desafio. Cerca de 47% dos pacientes dependem de produtos importados, que só podem ser adquiridos mediante prescrição médica. As farmácias atendem 31% da demanda, enquanto as associações respondem por 22%, desempenhando um papel crucial para pacientes de baixa renda.
O vice-presidente da associação TO Ananda, Jonadabe Oliveira da Silva, destacou a mudança na percepção da sociedade em relação à cannabis medicinal. "O preconceito está diminuindo, pois as pessoas veem resultados positivos nos pacientes", disse. A entidade, que oferece apoio a famílias e pacientes, busca expandir sua atuação em 2025 com parcerias com laboratórios e universidades, fortalecendo a rede de atendimento.
Com um crescimento expressivo nos últimos anos – o setor saltou de R$ 144 milhões em 2021 para R$ 853 milhões em 2024 –, o Brasil consolida sua posição como um dos mercados mais promissores no cenário global da cannabis medicinal.