A taxa de desemprego no Brasil atingiu 6,1% no trimestre encerrado em novembro de 2024, alcançando o menor índice desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012. De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (27), o número de pessoas desocupadas no país é de 6,8 milhões, uma queda de 0,5 ponto percentual em relação ao trimestre de junho a agosto de 2024, quando a taxa era de 6,6%. Comparado ao mesmo período de 2023, a redução é ainda mais significativa, com uma diminuição de 1,4 ponto percentual, já que no trimestre de novembro de 2023 a taxa de desemprego era de 7,5%. Esse resultado reflete uma recuperação consistente do mercado de trabalho no Brasil e é considerado o melhor desde que a pesquisa passou a ser realizada.
O desempenho positivo no mercado de trabalho também é confirmado pelos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Segundo as informações, em novembro de 2024, o país criou 106.625 novos postos de trabalho formais, e o acumulado de 2024 já soma 2.224.102 novas vagas com carteira assinada. Nos últimos 12 meses, de dezembro de 2023 a novembro de 2024, o saldo foi de 1.772.862 vagas, o que representa um crescimento de 22,2% em relação ao período de 2022 a 2023, quando foram gerados 1.450.778 postos de trabalho. Esses números indicam uma trajetória de recuperação econômica no Brasil, com destaque para a geração de empregos formais, um reflexo da retomada econômica observada no país.
Em termos de setores, o comércio e os serviços se destacaram na criação de empregos formais. O comércio gerou 94.572 novas vagas em novembro, sendo o varejo de vestuário e acessórios um dos segmentos com maior expansão, criando 21.889 postos. Também contribuíram para o crescimento do setor de comércio as áreas de varejo de produtos alimentícios, com 15.080 novas vagas, e o comércio de calçados, que gerou 10.579 postos. O setor de serviços, por sua vez, registrou 67.717 novas vagas, impulsionado principalmente pelas atividades de informação, comunicação e serviços financeiros, que somaram 40.118 postos de trabalho. Este crescimento no setor de serviços é um reflexo das tendências de digitalização e da recuperação das atividades econômicas que dependem de mão de obra qualificada.
Apesar dos resultados positivos, setores como a indústria, agropecuária e construção civil enfrentaram desafios sazonais. A indústria registrou uma perda de 6.678 postos de trabalho, enquanto a agropecuária perdeu 18.887 vagas e a construção civil sofreu a perda de 30.091 empregos formais. Esses números são explicados em grande parte por fatores sazonais que afetam essas atividades, especialmente em determinados períodos do ano, como o fim de ciclo da produção agrícola e a desaceleração na construção civil.
Por outro lado, a indústria no acumulado de 2024 ainda registrou um saldo positivo de 422.680 postos, com destaque para a fabricação de produtos alimentícios (85.969 vagas) e veículos automotores (35.217 postos). No setor de comércio, o saldo foi de 358.786 novos postos, e a construção civil gerou 200.613 novas vagas. A agropecuária também apresentou crescimento, com 57.436 novos postos de trabalho, especialmente nas atividades de cultivo de cana-de-açúcar e soja.
O salário médio real de admissão no Brasil também apresentou uma leve alta, alcançando R$ 2.152,89 em novembro de 2024. Embora o crescimento tenha sido modesto, com um aumento de R$ 27,34 em relação ao mesmo mês do ano anterior, ele ainda reflete um avanço gradual nos rendimentos dos trabalhadores. Para os trabalhadores considerados típicos, o salário real foi de R$ 2.194,87, enquanto os trabalhadores não típicos, que geralmente ocupam vagas com menor qualificação ou em áreas menos remuneradas, receberam R$ 1.865,19, um valor 15,2% inferior à média geral.
Esse cenário de crescimento do emprego formal e redução da taxa de desemprego indica uma recuperação do mercado de trabalho no Brasil, com a geração de novas vagas em diversos setores da economia. Apesar dos desafios ainda presentes em algumas áreas, a evolução dos números demonstra uma tendência positiva e um ambiente econômico mais favorável ao emprego, o que gera expectativas de um futuro mais promissor para o mercado de trabalho no país.