A Usiminas apresentará proposta de reajuste salarial aos funcionários em reunião marcada com a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Siderúrgicas, Metalúrgicas e Mecânicas de Ipatinga e Região (Sindipa), nesta quinta-feira (9), às 9h, na cidade ipatinguense.
Os funcionários aprovaram em assembleia, no último dia 3, a implementação do estado de greve (por 953 votos favoráveis, 311 contrários e cinco abstenções), em que ameaçam paralisar as atividades caso não haja avanços significativos nas negociações entre a usina e o sindicato.
“Vamos aguardar até quinta-feira. Se não tiver proposta, já vamos trabalhar para poder fazer paralisação”, frisou o presidente do Sindipa, Geraldo Magela Duarte.
A proposta inicial da Usiminas foi rejeitada pelo sindicato da categoria.
A empresa sugeriu um reajuste correspondente à variação acumulada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) nos últimos 12 meses, de 4,6%, com um aumento real de 0,57%, além de um acréscimo de 10% no vale-alimentação (VA).
Os trabalhadores, no entanto, querem um aumento real de 7% nos salários e a duplicação do valor do VA, atualmente em R$ 500.
Além do reajuste salarial e do aumento do vale-alimentação, as principais exigências da categoria, o sindicato elaborou um documento com 64 reivindicações, o que inclui melhorias nas condições de trabalho e outros benefícios.
A Usiminas chegou a sugerir ajustes na oferta inicial, em busca de um acordo com o sindicato, mas recuou diante das objeções do Sindipa.
“Nossa reivindicação é que a empresa melhore a proposta. Não passamos valores exatos, porque isso será definido pelos trabalhadores em assembleia. Mas 0,57% de aumento e apenas R$ 50 a mais no VA não passam. Ela (Usiminas) precisa aumentar os valores para que possamos avançar”, reiterou Magela.
Usiminas
A Usiminas, em nota, afirmou que a implementação do estado de greve é parte do processo democrático de negociação e garantiu que as operações industriais continuam normalmente na usina.
A empresa espera avançar nas negociações e fechar o Acordo Coletivo na reunião desta quinta.
Para 2025, a siderúrgica projeta um investimento de R$ 1,7 bilhão, destinado a projetos como a reforma da Coqueria 2, a construção de uma nova planta de PCI (Sistema de Injeção de Carvão Pulverizado) para o alto-forno 3 e a instalação de um novo gasômetro.
Em 2024, os investimentos da siderúrgica foram de R$ 1,1 bilhão.