O cineasta Cacá Diegues faleceu na madrugada desta sexta-feira (14), no Rio de Janeiro, aos 84 anos. Natural de Maceió (AL), ele viveu na capital fluminense desde os seis anos e morreu devido a complicações em uma cirurgia.
Carlos José Fontes Diegues, seu nome de batismo, dirigiu grandes produções do cinema nacional, como "Bye, Bye Brasil", "Xica da Silva", "Deus é Brasileiro", "Tieta do Agreste", "Orfeu" e "O Grande Circo Místico" (2018), seu último filme, exibido no Festival de Cannes. Inspirado no poema homônimo de Jorge de Lima, o longa trazia músicas de Edu Lobo e Chico Buarque. Além disso, Cacá foi colunista do jornal O GLOBO e publicou seu último texto no domingo (9), analisando o Oscar e o filme "Ainda Estou Aqui".
Cacá Diegues foi um dos fundadores do Cinema Novo nos anos 1960, ao lado de Glauber Rocha, Leon Hirszman, Paulo Cesar Saraceni e Joaquim Pedro de Andrade. Em 2018, tornou-se imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), ocupando a cadeira 7, antes pertencente ao cineasta Nelson Pereira dos Santos, seu grande amigo.
Em 2016, Cacá foi homenageado pela escola de samba Inocentes de Belford Roxo, desfilando no último carro alegórico. "Estou muito feliz, pra mim é uma honra ser enredo de uma escola de samba", declarou na ocasião.
O cineasta deixa sua esposa, a produtora de cinema Renata Almeida Magalhães, com quem era casado desde 1981, além de quatro filhos, entre eles Isabel Diegues, também cineasta. Dois de seus filhos são fruto de seu casamento com a cantora Nara Leão. Em 2019, ele perdeu a filha Flora Diegues, atriz e roteirista, que faleceu aos 34 anos devido a um câncer no cérebro. Cacá também deixa três netos.
O velório de Cacá Diegues será realizado neste sábado (15) na Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro, a partir das 9h. À tarde, o corpo será cremado no Caju, na Zona Portuária da cidade.
Mín. 21° Máx. 33°